glória
Constrói pontos fortes Mas tem pernas frágeis E não consegue os carregar Num tempo onde silêncio não criava paz A terra era um temporal, tudo eram temporais Na cidade de um poeta esquecido Pagão, por si mesmo proibido Num padrão distorcido Dentro do olhar dele, nada precisava ser dito Parecia com o temporal, temperava a terra, reprimido Grandes vultos sopravam, vendavais Se formavam furacões, e havia mais A terra foi de temporal para se lavar de tempos antigos Quando loucos entravam sem antes bater à porta Alguns chamaram de misericórdia O poeta ousou os chamar de perigo Teve companhia uma vez, mas o bichano foi embora Assim como qualquer outro que havia visto Passou a pensar que pôr esperança em outro alguém era abusar do seu espírito A chuva e o vento não o faziam refém, o chamavam para o lado de fora Ele nunca soube que era como qualquer outro homem a quem a rima convém Nunca deu ouvidos a ninguém E pensar que a chuva chovia vinte e qua...